Policiais civis de Sergipe despertaram contra indiferença do governador Belivaldo Chagas (Por Adriano Bandeira)

Policiais civis de Sergipe despertaram contra indiferença do governador Belivaldo Chagas (Por Adriano Bandeira)

Por Adriano Bandeira*


As forças policiais de Sergipe acenderam nas últimas semanas o alerta diante da indiferença e falta de palavra do governador Belivaldo Chagas. Estamos atentos, unidos e mais fortes do que nunca, o que não acontece há anos. O comportamento do Governo do estado diante de pautas combinadas antecipadamente, em vez de desestimular, apenas nos uniu e serve como estímulo constante e um alerta urgente e grave, visto recentemente em alguns estados do país e na história da relação entre forças de Segurança Pública e o Governo do estado.

Se voltarmos um pouco no tempo, há cerca de dez anos, vamos lembrar de manifestações ferrenhas e impactantes das polícias, que na época lutavam por melhorias salariais e por estrutura de trabalho. Mais uma vez, naquela época, o Governo esticou a corda até um limite insustentável. Houve reações fortes, desgastantes, prejuízo na atuação das equipes no atendimento à população, até que o Governo finalmente cedeu e decidiu conversar com os representantes das categorias.

Estamos chegando a sete anos sem nenhuma reposição salarial. A Polícia Civil, especificamente, teve uma defasagem superior a 42% nesses anos sem a correção prevista na Constituição. Vejam que não estamos falando em aumento salarial, apenas manutenção do poder de compra. Estão corroendo o que Marcelo Déda nos deu. E a nossa paciência tem limite e já suplantou a tolerância e boa convivência. Decidimos cobrar, diante da falta de diálogo e indiferença por parte do estado. E a história já provou: o diálogo e tratamento digno é a melhor estratégia a ser adotada por parte do Governo, mas precisa ser ágil e transparente.

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE) protagonizou um movimento nos últimos dias de cobrança dura ao que foi acordado com o governador Belivaldo Chagas e essa cobrança despertou a atenção de outras categorias no estado, adormecidas há um bom tempo. E não vamos parar. Esperamos que o Governo nos receba e trate olho no olho, com dignidade e honrando a palavra firmada. Caso contrário, os desdobramentos podem ser graves e danosos para todos.

Não queremos que o ocorrido no Rio Grande do Norte, quando o Governo só acenou com negociação quando o movimento perdeu o controle, aconteça também em nosso estado. O Sinpol prega diálogo, honestidade, bom senso e respeito às Instituições e, sobretudo, à população sergipana. Seguiremos firmes na luta.

*Agente de Polícia Civil, presidente do Sinpol/SE. Bacharel em Direito e em Ciências Contábeis.

 

Compartilhar Post