Policiais civis, policiais militares e bombeiros militares se reúnem em novo protesto contra o Governo do Estado

Policiais civis, policiais militares e bombeiros militares se reúnem em novo protesto contra o Governo do Estado

Integrantes das forças de segurança pública seguiram, na tarde desta quinta-feira (13), em direção ao Palácio dos Despachos, para cobrar a aprovação das principais reivindicações da categoria, a exemplo do adicional de periculosidade e reposição inflacionária

Mix de união, indignação e revolta com o Governo do Estado. Assim foi o ato coletivo organizado pelas categorias que compõem o Movimento Polícia Unida realizado na tarde desta quinta-feira (13), em frente ao Palácio dos Despachos, na capital sergipana. Policiais civis, policiais militares e bombeiros militares, acompanhados de autoridades do universo político de Sergipe e apoiadores da luta, marcharam do Viaduto do DIA, para cobrar a aprovação das principais reivindicações da categoria, a exemplo dos pagamentos do adicional de periculosidade e reposição inflacionária.

O ato, denominado “Caminhada por Dignidade”, teve início às 14h, com as principais lideranças do Movimento evidenciando o cenário atual da segurança pública de Sergipe e a política de descaso contra esses profissionais, adotada pelo Governo do Estado.

“Hoje é o dia de mostrar para o Governo do Estado, o sentimento de dor e revolta desses profissionais contra a política de negligência e desrespeito praticada pelo Chefe do Executivo. Iniciamos o ano sem qualquer contraproposta sobre as principais reivindicações da categoria, a exemplo do adicional de periculosidade e da reposição inflacionária. Além disso, também não tivemos qualquer posicionamento a respeito do projeto que trata da reestruturação de carreira da Polícia Civil. Então,vamos fazer com que essas milhares de vozes de protesto cheguem até o gabinete do governador Belivaldo Chagas, mostrar que a nossa luta por valorização está apenas começando”, destacou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe, Adriano Bandeira.

Durante o ato coletivo, representantes do Polícia Unida fizeram uma homenagem à memória de todos os policiais civis, policiais militares e bombeiros militares que tiveram as suas vidas ceifadas durante o exercício da profissão ou por negiglência do Estado.

“Foram muitas vidas ceifadas precocemente em decorrência dos riscos da atividade policial, a exemplo das mortes dos policiais civis Marcos Morais, Fábio Alessandro, Marcelo Hercos, e tantos outros que também morreram em virtude da Covid-19, da demora no processo de vacinação desses profissionais por parte do Governo do Estado. E hoje, queremos ratificar para todos os familiares desses profissionais, que eles jamais serão esquecidos”, enfatizou Adriano Bandeira.

Presente no ato, o escrivão de Polícia Civil, Antônio Moraes, falou sobre as perdas inflacionárias acumuladas ao longo de 10 anos e seus reflexos na vida dos profissionais da segurança pública.

“O nosso poder aquisitivo caiu drasticamente, voltamos a fazer bicos, seja ele fora ou o institucional (horas extras). Estamos cansados, não conseguimos mais ter aquela vida particular tranquila com a nossa família, tendo que perder finais de semana trabalhando em delegacias ou batalhões. Hoje vamos mostrar ao Governo que não aceitaremos mais esse descaso, pois essa caminhada é histórica, estamos fazendo história pois todas as categorias estão juntas nesse momento de luta”, disse.

Na oportunidade, ele fez um alerta: “Eu peço a todos serenidade, porque nesse processo de luta vão tentar nos cansar, nos chamar de exagerados, mas é importante dizer a você Governador, que nessa história a vítima somos nós”, salientou Antônio Moraes.

Paralisação da Central de Flagrantes e DAGV

Entoando cantos como “Se não negociar, a polícia vai parar”, ou “Ninguém solta a mão de ninguém”, milhares de policiais civis, policiais militares e bombeiros militares seguiram em direção à Central de Flagrantes, localizada no Bairro Santos Dumont, em Aracaju, para deflagração de nova paralisação das atividades. Segundo o presidente do Sinpol/SE, a atitude é reflexo da revolta desses profissionais com o descaso do Governo do Estado, evidenciado mais uma vez na tarde de hoje.

“Hoje, muitos homens e mulheres que lutam pela segurança do cidadão tiveram a certeza do descaso e negligência com esses profissionais, por parte do governador Belivaldo Chagas. Prova disso, é a ausência de representantes da equipe do Governo no intuito de dialogar com a categoria. Por isso, decidimos, por unanimidade, pela paralisação das atividades novamente na Central de Flagrantes”, explicou Adriano Bandeira.

Ainda durante a noite, os participantes do ato seguiram em direção à Delegacia de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV), localizada no Centro da capital sergipana. Lá, foi decidido pela paralisação dos atendimentos, em retaliação à falta de dialógo por parte do Governo do Estado.

Operação Padrão

Os atos ocorridos na tarde de hoje fazem parte da “Operação Padrão”, ação deliberada em assembleias por parte dos policiais civis, policiais militares e bombeiros militares, na última terça-feira (11). Trata-se de uma iniciativa que incentiva os profissionais da Segurança Pública a seguirem uma cartilha com objetivo de cobrar do Governo do Estado, o pagamento do adicional de periculosidade, reposição inflacionária e reestruturação de carreira. Entre os pontos, estão: conduzir viaturas que atendam a todos os requisitos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e que tenham condições ideais de tráfego; não realizar patrulhamento, diligência ou atendimento de ocorrência com menos de três policiais na viatura; entre outros.

Clique aqui e confira cartilha completa da Operação Padrão

 

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