Policiais Civis de Sergipe realizam ato público contra arbitrariedades da Secretaria de Segurança Pública
Na manhã desta segunda-feira, 20, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol-SE) promoveu um ato público em frente à sede da Corregedoria Geral da Polícia Civil, em Aracaju (SE). A mobilização, que contou com a presença de representantes sindicais de todos os estados do Nordeste, foi um protesto contra arbitrariedades atribuídas à Corregedoria e ao secretário de Segurança Pública.
Solidariedade regional e nacional
Manoel Menezes, presidente do Sinpol Maranhão, enfatizou a união dos sindicatos nordestinos em apoio à categoria sergipana. “Se essas perseguições não cessarem, vamos buscar apoio nas Federações do Centro-Oeste, do Norte, do Sudeste e do Sul, além da Confederação dos Policiais Civis do Brasil. Não aceitaremos esses abusos contra trabalhadores que lutam por direitos garantidos por Lei”, afirmou.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia, Eustácio Lopes, ressaltou que os atos praticados contra a diretoria do Sinpol-SE são, na verdade, ataques à categoria como um todo. “Todos estão de parabéns pela convocação e participação neste ato. A Campanha Puro-Sangue é um reconhecimento das atividades complexas e exclusivas do policial investigador, que não podem ser usurpadas. Quando a diretoria flagra um estagiário utilizando um veículo roubado, isso deve ser tratado como um flagrante, com responsabilização de quem autorizou o uso do carro”, afirmou.
Lopes ainda reforçou que a diretoria está legitimada em suas ações e criticou a tentativa de intimidação por parte da Polícia Civil, que abriu procedimentos contra o sindicato. “Essa situação precisa ser amplamente divulgada, com notas de repúdio. Vamos buscar apoio do governador, do secretário de segurança pública e de todas as autoridades necessárias, porque assim não pode continuar”, concluiu.
Jean Rezende, presidente do Sinpol-SE, destacou que o ato público transcendeu as fronteiras do estado, ganhando visibilidade nacional. “Representamos mais de 35 mil policiais civis do Nordeste. Se necessário, levaremos nossas demandas a Brasília, buscando intervenção federal junto ao Ministério da Justiça e outros órgãos competentes”, declarou.
Denúncias e perseguições
O protesto também abordou questões relacionadas à chamada “Operação Puro-Sangue”, conduzida pelo Sinpol-SE. Segundo Rezende, a operação gerou relatórios técnicos sobre condições precárias em delegacias, encaminhados ao Ministério Público de Sergipe e outros órgãos de controle. “Desde então, começaram retaliações contra oficiais investigadores e dirigentes sindicais, incluindo remoções arbitrárias e abertura de inquéritos na Corregedoria contra a diretoria do sindicato”, denunciou.
Entre as alegações, está a prisão de quatro investigadores em Neópolis, em uma ação arbitrária e conduzida sem mandado judicial. Além disso, o sindicato acusa a Corregedoria de negligenciar investigações relacionadas a um veículo oriundo de crime, flagrado em posse de um estagiário.
Apoio político
O ato contou com a participação de lideranças políticas, como o deputado estadual Georgeo Passos e o deputado federal João Daniel. Passos reiterou seu compromisso com a pauta na Assembleia Legislativa. “O que vocês fazem é em benefício do serviço público e da sociedade. Não podemos permitir intimidações contra quem luta por melhores condições de trabalho”, afirmou.
João Daniel, por sua vez, destacou a importância de valorizar a categoria. “Perseguir e criminalizar policiais civis é um ataque à justiça e à segurança pública. Meu compromisso é apoiar essa luta e garantir respeito e dignidade aos trabalhadores da segurança”, pontuou.
Federação reforça apoio
Tony Brito, presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Nordeste (Feipol/NE), classificou as acusações de abuso de autoridade contra Jean Rezende como “desproporcionais” e “enviesadas”. “É inadmissível que o Estado utilize prerrogativas constitucionais para tentar silenciar o sindicato. Continuaremos mobilizados até que essa situação seja resolvida de forma justa, vamos defender o direito legítimo da nossa representatividade sindical”, assegurou.
O Sinpol-SE e seus apoiadores deixaram claro que a luta continuará até que as demandas sejam atendidas e as perseguições cessadas. O ato foi marcado por discursos enérgicos, reafirmando a defesa dos direitos da categoria e a busca por justiça no sistema de Segurança Pública de Sergipe.