Ato de homenagem do Movimento Polícia Unida é marcado por emoção e reforça necessidade do adicional de periculosidade

Ato de homenagem do Movimento Polícia Unida é marcado por emoção e reforça necessidade do adicional de periculosidade

Emoção, convicção de estar fazendo o certo e indignação com a falta de resposta do Governo do Estado marcaram a homenagem do Movimento Polícia Unida, nesta terça-feira, 20, às dezenas de policiais civis, policiais militares e bombeiros militares que morreram por conta da sua atividade perigosa ou por complicações da Covid-19.

Mesmo com a chuva, o encontro reuniu policiais, bombeiros, familiares e apoiadores da luta sindical pela dignidade de todos. Foi o caso de Breno Lopes, filho do policial civil Fábio Alessandro, assassinado violentamente quando foi entregar uma intimação no município Umbaúba, no final do ano passado. “Eu gostaria de agradecer ao Sinpol e a todos os envolvidos que estão prestando não só essa homenagem, mas como todas as que estão sendo feitas em função da morte de todos os policiais civis, policiais militares e bombeiros militares no âmbito do trabalho. Acho de suma importância para que eles ganhem força no objetivo deles que é o adicional de periculosidade. Minha família é a prova viva do quanto a atividade policial é arriscada, difícil e perigosa”, destacou emocionado.

Quem também se fez presente foi a família de Manoel Nascimento, colega de profissão que inclusive foi presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE). “Fui nascida e criada no Sindicato e fui convidada pela atual diretoria para ver a homenagem a meu pai e de outros vários companheiros de luta que se foram, mas que de alguma forma se fazem presentes hoje lutando em prol do adicional de periculosidade. São eles que se expõem todos os dias para proteger a sociedade. Como dizia meu pai ‘A polícia unida jamais será vencida’ e que continuemos assim”, afirmou Gildenes Nascimento, filha do policial civil homenageado.

Para Adriano Bandeira, atual presidente do Sinpol Sergipe, relembrar daqueles que deram a vida pelas instituições e pela sociedade sergipana reforça a ideia de que a entidade segue no caminho certo na luta sindical coletiva que busca o adicional de periculosidade para os homens e mulheres que integram as forças de segurança.

“O Governo do Estado pode até esquecer, mas nós policiais não. Estamos relembrando a memória dos que perderam suas vidas em razão da violência, da criminalidade e na luta contra a pandemia do novo coronavírus. Lembrar em vida é importante, mas esses colegas não tiveram a mesma valorização e dignidade devida. Nós, como representantes do Movimento Polícia Unida, faremos a nossa parte. Vamos continuar na luta pelo adicional de periculosidade”, ressaltou Adriano Bandeira.

O advogado Evaldo Campos também esteve presente na homenagem e fez um apelo ao Governo do Estado. “Eu não compreendo como a sociedade possa ser tão ingrata que não possa dar minimamente o indispensável e que tem previsão constitucional para atender às necessidades dos policiais e de seus familiares. Eu faço meu apelo às autoridades para que atendam as súplicas desses homens e mulheres”, frisou.

O diretor de Políticas Sindicais e Associativas do Sinpol Sergipe, Jean Rezende, destacou a emoção da homenagem a tantos homens e mulheres que perderam suas vidas de forma inesquecível para familiares e colegas de profissão. “Falar dos colegas é fácil porque temos muitas histórias boas para contar, mas a lembrança atropela os nossos pensamentos. Estar aqui representando essas famílias enlutadas é a nossa missão. Mais do que uma luta classista e uma homenagem póstuma estamos verbalizando as vozes dos nossos colegas. A nossa luta e dos colegas que já se foram não será em vão”, finalizou.

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