Rotina estressante e desvalorização são duas das causas de problemas psicológicos em oficiais investigadores de polícia

Rotina estressante e desvalorização são duas das causas de problemas psicológicos em oficiais investigadores de polícia

Intencionalmente, desde 2015, o mês de setembro é dedicado à prevenção ao suicídio. A ideia da campanha consiste na busca pela quebra de tabus, redução de estigmas e estímulo à busca por ajuda. A procura por terapia psicológica deve ser feita por todos, principalmente profissionais que exercem funções de risco, como é o caso do oficial investigador de polícia. 

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, a taxa de suicídios entre servidores policiais da ativa, dentre eles os Oficiais Investigadores de Polícia, cresceu 26,2% em 2023 no Brasil, enquanto a taxa por Crimes Violentos Letais e Intencionais apresentou queda de 18,1%. Esses dados são relacionados aos do ano de 2022.

Em Sergipe, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), de setembro de 2023 a setembro de 2024, foram registrados dois suicídios e uma tentativa de suicídio entre oficiais investigadores de polícia.  

As causas mais comuns são exposição excessiva ao estresse e a traumas, condições de trabalho precárias, desvalorização profissional e salarial, e perseguição dentro das unidades. Pautas já discutidas pelo Sinpol Sergipe, como explica o presidente do sindicato, o oficial Jean Rezende:

“Saúde mental é uma pauta prioritária para o Sinpol, cuidar de quem cuida. O trabalho perigoso, o trabalho estressante, desgastante fisicamente e mentalmente. Nós estamos sempre inseridos nesse contexto. Há alguns anos atrás, pouco se falava sobre a procura por ajuda psicológica por policiais e hoje é uma temática que, quanto mais se discutir, quanto mais se conversar,  melhor, não apenas para o policial, mas para a sua família”.

Jean ressalta ainda que a saúde mental do oficial em dia também impacta positivamente no serviço oferecido. “Uma pessoa que está com a saúde em dia consegue trabalhar melhor; Essa é uma das temáticas prioritárias para o sindicato. A gente não mede esforços para ampliar essas parcerias em prol dos oficiais de serviço”. 

O cuidado com a saúde mental das forças de segurança é previsto pela Lei nº 14.531/2023 que trata sobre ações e diretrizes de prevenção a violência autoprovocada e comportamento suicida entre esses profissionais. 

Onde buscar ajuda?

O Núcleo de Atenção à Saúde Biopsicossocial, instituído por meio da portaria nº 18/2023, é um importante órgão de prevenção e proteção à saúde mental do oficial investigador de polícia. Com psicólogos à disposição, o núcleo funciona no Anexo Administrativo da Delegacia-Geral (antigo DTI), localizado na rua Duque de Caxias, 537, bairro São José, Aracaju. Para saber mais ligue (79) 98816-6653 ou entre em contato através do e-mail napss@pc.se.gov.br.

Uma outra opção de assistência psicológica aos oficiais é o Escuta Susp, programa desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, executado pela Universidade Federal de Minas Gerais, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Universidade de Brasília. O programa funciona através de atendimento psicológico online, com terapeutas vinculados às universidades parceiras. Para saber mais e aderir ao programa basta acessar: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/sua-seguranca/seguranca-publica/escuta-susp

Além desses programas que são voltados especificamente para as forças policiais, existe o canal de atendimento do Centro de Valorização à Vida (CVV) que atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188, do chat, e-mail e pessoalmente. Para aderir basta acessar: https://cvv.org.br/

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