Segurança Pública precisa ser tratada com prioridade por aqueles que forem eleitos
Nos últimos meses, o Brasil tem acompanhado mobilizações e paralisações por parte de profissionais da área da Segurança Pública que buscam melhorias nas condições salariais e de trabalho, bem como outros direitos que estão alinhados à valorização e respeito a estes servidores públicos que arriscam suas vidas em defesa da sociedade. Naturalmente, teremos candidatos no ambiente das polícias Civil e Militar, bem como nas Forças Armadas, distribuídos nas cinco regiões do país. E Sergipe está inserido no referido contexto político.
De acordo com informações do 14º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 25.452 policiais e integrantes das Forças Armadas foram candidatos entre 2010 e 2020. Além disso, 1.860 foram eleitos entre 2010 e 2018. Independente da pauta que se pretende atingir, estes profissionais e a população despertaram para a compreensão de que é importante para a nossa sociedade ter candidatos preparados para lidarem com problemas relacionados ou interligados à Segurança Pública em âmbito municipal, estadual e federal.
Em uma sociedade que exerce a democracia, a Segurança Pública garante a proteção dos direitos individuais e assegura o pleno exercício da cidadania. Alheio aos bastidores políticos, o cidadão busca apenas viver em um local com mais tranquilidade, bem-estar, menos registros de violência, mais policiais nas ruas e nas delegacias, além de profissionais motivados para as atividades preventivas e investigativas. Entretanto, por mais que haja investimento em equipamentos e em concurso público, é o profissional que precisa primeiramente ser valorizado por todos aqueles que forem eleitos nas próximas eleições. Ele é a ponte que sustenta o mecanismo da segurança pública em nosso país.
Muitos dos entraves criados na modernização da gestão da segurança e das condições de trabalho dos policiais somente conseguem ser ultrapassados no ambiente político. Por isso, é oportuno que estes profissionais busquem espaços políticos nas Assembleias Legislativas e na Câmara dos Deputados. Em Sergipe, esse despertar da politização dos profissionais de segurança pública passa por um processo de organização de classe, de luta sindical, de oposição ao descaso do Governo do Estado com problemas que afligem as forças de segurança e salvamento.
Por fim, destaco que o eleitor mais atento não pode normalizar o descanso com os servidores públicos, nem o aumento da violência. Não deve permitir o aumento da sensação de insegurança, a degradação do espaço público, a ineficiência preventiva, a corrupção e a dificuldade na resolutividade de determinadas investigações. Segurança Pública se aperfeiçoa com conhecimento técnico sobre o assunto, vontade política, valorização aos profissionais da área e respeito à população. Fica a nossa torcida por menos discursos vazios e mais ações estruturantes nas eleições que se aproximam. O povo sergipano agradece.