Setembro Amarelo: A preocupação com o suicídio não pode se limitar
No mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE) alerta que o caminho para manter a saúde mental da categoria é longo e com diversos obstáculos. E este caminho se relaciona diretamente com as dificuldades enfrentadas pelos policiais civis na rotina de trabalho.
Agentes e escrivães de polícia enfrentam condições de desgaste psicológico e psiquiátrico diariamente, tanto originadas por riscos físicos quanto por situações que ocasionam abalo mental. Tais condições inerentes ao trabalho dos policiais civis não estão compatíveis com a contrapartida recebida.
Medidas paliativas não são suficientes para manutenção da saúde mental dos policiais civis
Em agosto deste ano, foi disponibilizado atendimento nas especialidades de psicologia e psiquiatria em clínicas conveniadas ao Centro Integrado de Referência em Atenção à Saúde do Trabalhador de Segurança Pública (Cirast), antigo Ciaps.
A recém-promulgada Lei Federal 14.531/2023 prevê ações de apoio à saúde mental e de prevenção ao suicídio para profissionais de segurança pública e o Núcleo de Atenção à Saúde Biopsicossocial da Polícia Civil têm papel importante no cuidado com a saúde mental do policial civil, contudo, é preciso agir de forma mais preventiva que assistencialista.
Porém, sabemos na imensa maioria dos casos, a busca por esta ajuda é voluntária. Cabe a cada policial perceber “os sintomas” e se dirigir em busca do atendimento.
Ressalte-se ainda que, nesses casos, o mal já alcançou a pessoa, ou seja, a prevenção já falhou. Isto porque os fatores que provocam tais circunstâncias não se limitam ao campo de atuação dos órgãos que prestam apoio psicológico ou psiquiátrico.
Situação alarmante
O Anuário de Segurança Pública, divulgado em 2022, contabilizou diversos suicídios de policiais civis no Brasil. O levantamento considera os dados disponibilizados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e/ou Defesa Social, além da Polícia Civil.
Sergipe foi um dos últimos estados a se preocupar com a saúde mental dos policiais civis e recebeu diversas cobranças do Sinpol/SE, principalmente nas reuniões do Conselho Superior de Segurança.
É importante refletir sobre: quais outras políticas públicas estão voltadas ao apoio desses profissionais? Quais medidas o Governo de Sergipe tem tomado para diminuir a carga de estresse dos agentes e escrivães?
Caminhos para mudar
Nesse sentido, a reestruturação da Polícia Civil de Sergipe, pauta cobrada pelo Sinpol/SE, tem caráter essencial. O projeto de reestruturação trata não apenas de questões financeiras, mas também sobre trazer segurança jurídica e melhores condições na execução dos trabalhos para os cargos da Polícia Civil.
Os policiais civis de Sergipe cobrarão as promessas do governador Fabio Mitidieri. O governador que, em diversas oportunidades, disse que a segurança pública seria vista de forma especial em seu governo, mas é algo que ainda não se concretizou.
Setembro acabou, mas a vida do policial civil continua. A Polícia Civil está prestes a explodir.
Governador, valorização salva vidas!