Sinpol/SE e Adepol/SE participam de audiência com o Procurador-chefe do MPT/SE

Sinpol/SE e Adepol/SE participam de audiência com o Procurador-chefe do MPT/SE

Na manhã desta quarta-feira (09), o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE) e a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Sergipe (Adepol/SE) estiveram presentes em audiência com o Procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT/SE), Alexandre Magno Morais Batista. Na ocasião, os representantes sindicais relataram as perseguições institucionais que os agentes, escrivães, delegados e agentes auxiliares de Polícia Civil estão sofrendo por parte do Delegado-geral, Thiago Leandro Barbosa de Oliveira.

No dia 03 de fevereiro, o Chefe da Polícia Civil informou à Procuradoria Geral do Estado (PGE), que o Movimento Polícia Unida havia descumprido uma ordem judicial que vedava a realização de movimentos paredistas.

O suposto descumprimento seria a caminhada realizada da Praça da Bandeira até a Praça Tobias Barreto, em frente à Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE), no dia 25 de janeiro deste ano.

No documento, ele alegou também que o Movimento, composto de nove entidades representativas, estaria utilizando os espaços e materiais de trabalho policial para protestar.

Presente na reunião, o presidente do Sindicato dos Policiais do Estado de Sergipe (Sinpol/SE), Adriano Bandeira, repudiou veementemente a atitude do Chefe da Polícia Civil e ressaltou a mudança no comportamento dos profissionais de atividades de segurança e de salvamento logo após a formação do Movimento Polícia Unida, que congrega as entidades representantes dos policiais civis, policiais militares e bombeiros militares.

“Nós lidamos com a dificuldade de estrutura e com a dificuldade do efetivo policial, independente de ser na capital ou no interior mais longe. Esse Movimento tem dispensado à sociedade uma leveza nos trabalhos policiais de integração que só sabe quem precisa da atividade policial. Queremos que essa disputa seja extinta justamente para que não provoque uma inimizade interna e acabe com esse patrimônio, essa união que o Movimento Polícia Unida trouxe e que só tem a beneficiar a população”, reforçou Adriano Bandeira.

Durante o encontro, o Procurador-chefe expôs que a ação havia sido judicializada na Justiça Comum, o que poderia gerar alguns conflitos de competência. Ainda assim, ele se mostrou solícito em relação ao pleito apresentado e verberou o cerceamento à atividade sindical e às perseguições sofridas.

Alexandre Magno afirmou, ainda, que o ofício protocolado na tarde de ontem (08) junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE) já havia sido recebido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT/SE).

“Podem contar conosco para o que, dentro dos nossos limites, a gente puder fazer para ajudar a distensionar essa relação e para que vocês possam exercer a sua atividade com a liberdade necessária.”, reiterou o Procurador-chefe.

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de estar presente na Mesa de Negociação junto ao Movimento Policia Unida, o Procura-chefe do MPT/SE acenou positivamente para a possibilidade.

Sobre o encontro, o presidente da Adepol/SE, Isaque Cangussu, avaliou como muito positivo.

“O procurador-geral nos deu a oportunidade de historiar o que o Movimento Polícia Unida vem passando neste um ano e meio de luta. Confirmou que o Ministério Público do Trabalho atuará buscando preservar as nossas garantias sindicais, tanto dos dirigentes, quanto dos filiados. Então, ficamos satisfeitos com o resultado da audiência. Certos de que o MPT, uma instituição tão cara, especialmente para a classe trabalhadora, agirá na preservação dos nossos direitos e da nossa liberdade sindical”, pontuou.

APOIO SINDICAL

Visando oferecer apoio ao Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe, representantes da Federação Interestadual dos Trabalhadores Policiais Civis da Região Nordeste (Feipol/NE) estiveram presentes na audiência.

O presidente da Feipol/NE, José Edeilto Gomes dos Santos, expôs a necessidade de oferecer condições adequadas de trabalho, que visem salvaguardar a atividade profissional, a vida dos policiais e a boa prestação do serviço à sociedade. Assim como combater essas atitudes persecutórias, que afrontam a liberdade sindical e a democracia enquanto os profissionais da segurança buscam a dignidade.

“No mês da saúde mental, nos preocupamos com o conflito que esses policiais vivem quando um gestor pratica uma perseguição assim. Durante esses dois anos, uma das categorias que não se furtaram a trabalhar foram as forças de segurança, lembrando que no momento de isolamento, a violência dentro dos lares aumentou e a demanda nas delegacias também.” relatou José Edeilto.

FALTA DE DIÁLOGO

Na ocasião, a Vice-Presidente Secretária Geral da Adepol/SE, Flávia Félix, ressaltou a necessidade de um diálogo aberto e honesto, reivindicação que nunca foi atendida pelo governador Belivaldo Chagas, que reiteradamente negou qualquer tipo de comunicação direta com o Movimento Polícia Unida e seus representantes.

“Enfrentamos essa luta num ano de pandemia, muito diferente do que já havia sido feito. No início, acreditávamos verdadeiramente no diálogo e imaginávamos que tudo transcorreria tranquilamente. Temos trabalhado com zelo para evitar o conflito, não é nosso objetivo que aconteça em Sergipe o que tem acontecido em outros estados”, discorreu Flávia Félix.

Na ocasião, os presentes fizeram questão de ressaltar que o Movimento Polícia Unida não se trata de um grupo somente de lideranças, mas composto por uma tropa inteira, que reivindica e luta por seus direitos. Justamente por isso, as assembleias e demais manifestações são marcadas no período da tarde, momento em que as delegacias estão fechadas, para que todos possam participa.

MOVIMENTO POLÍCIA UNIDA

O Movimento Polícia Unida é formado por nove entidades sindicais e representativas: Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Sergipe (Sinpol/SE); Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Sergipe (Adepol/SE); Associação Militar Única; Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares do Estado de Sergipe (Aspra); Associação dos Oficiais Militares de Sergipe (Assomise); Associação Integrada de Mulheres da Segurança Pública em Sergipe (Asimusep); Associação dos Militares do Estado de Sergipe (Amese); Associação dos Militares da Reserva Remunerada e Pensionistas do Estado de Sergipe (Asmirp/SE); e Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros (ACS-SE).

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